domingo, 12 de maio de 2013

Medíocre é criminalizar manifestações


Modesta Trindade Theodoro - http://blogdamodesta.zip.net/       
Uma liminar proibiu a ocupação de dois terços das faixas de avenidas para manifestações em BH. Como a desobediência ao judiciário causa certos transtornos, manifestantes aquiesceram. Ocuparam apenas o canto delimitado. E foi um encanto! Quarteirões e mais quarteirões ocupados. O matemático Malba Tahan faria um tratado filosófico sobre a situação. Na minha terra dizem que o tiro pode sair pela culatra. É o verso do inverso. A PBH posou de autoritária ao criminalizar (não precisava!) as manifestações nas ruas, exceção para manifestações chamadas pelo poder executivo. Pois bem. No dia seis de maio de 2013 o número de manifestantes aumentou, quarteirões encompridaram, a luta se intensificou.
     Greves não surgem do nada, é necessário tratá-las com o carinho que merecem, exigem cuidados. Em não os tendo cada bordoada é a véspera da fúria. Se uma greve contida à força, depois pode reaparecer mais intensa, ou se encolher para explodir a qualquer momento.
     Para completar, ainda aparecem os copiadores querendo resgatar o “Ame-o ou deixe-o” expressão utilizada na ditadura. Pérolas pululam: "Tá insatisfeito? Peça a conta!", “Os incomodados que se retirem”, entre outras afins. Se funcionários públicos de BH chegaram à greve foi porque não houve diálogo possível e ele é imprescindível, tanto na esfera privada quanto na pública. 6,2% para janeiro de 2014 e nenhuma ação eficiente para a violência nas escolas e nos postos de saúde?! Diante da inflação e da falta de recursos só pode ser brincadeira. Escárnio não é educativo e faz mal à saúde.
Uma greve é uma greve... É uma greve!