Modesta Trindade Theodoro - http://blogdamodesta.zip.net/
Uma
liminar proibiu a ocupação de dois terços das faixas de avenidas para
manifestações em BH. Como a desobediência ao judiciário causa certos
transtornos, manifestantes aquiesceram. Ocuparam apenas o canto
delimitado. E foi um encanto! Quarteirões e mais quarteirões ocupados. O
matemático Malba Tahan faria um tratado filosófico sobre a situação. Na
minha terra dizem que o tiro pode sair pela culatra. É o verso do
inverso. A PBH posou de autoritária ao criminalizar (não precisava!) as
manifestações nas ruas, exceção para manifestações chamadas pelo poder
executivo. Pois bem. No dia seis de maio de 2013 o número de
manifestantes aumentou, quarteirões encompridaram, a luta se
intensificou.
Greves
não surgem do nada, é necessário tratá-las com o carinho que merecem,
exigem cuidados. Em não os tendo cada bordoada é a véspera da fúria. Se
uma greve contida à força, depois pode reaparecer mais intensa, ou se
encolher para explodir a qualquer momento.
Para
completar, ainda aparecem os copiadores querendo resgatar o “Ame-o ou
deixe-o” expressão utilizada na ditadura. Pérolas pululam: "Tá
insatisfeito? Peça a conta!", “Os incomodados que se retirem”, entre
outras afins. Se funcionários públicos de BH chegaram à greve foi porque
não houve diálogo possível e ele é imprescindível, tanto na esfera
privada quanto na pública. 6,2% para janeiro de 2014 e nenhuma ação
eficiente para a violência nas escolas e nos postos de saúde?! Diante da
inflação e da falta de recursos só pode ser brincadeira. Escárnio não é
educativo e faz mal à saúde.
Uma greve é uma greve... É uma greve!