sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Partido X, Partido do Futuro - Espanha



Portugal, março de 2012: mobilizados contra cries e inspirados nos protestos espanhóis, milhares de jovens saem às ruas e criam movimento "geração à rasca"
Portugal, março de 2012: mobilizados contra crise e inspirados nos protestos espanhóis, milhares de jovens saem às ruas e criam movimento “geração à rasca”
Parte dos “Indignados” espanhóis busca novo caminho para superar crise da democracia formal. Qual seu programa? Por que cultivam o anonimato?
Por Manuel Castells | Tradução: Gabriela Leite

Dia 8 de janeiro, anunciou-se na internet a criação do “Partido do Futuro”, um método experimental para construir uma democracia sem intermediários, que substitua as instutuições atuais, deslegitimadas na mente dos cidadãos. A repercussão cidadã e midiática tem sido considerável. Só dia do lançamento, e apesar da queda do servidor por ter recebido 600 visitas por segundo, a iniciativa (http://partidodelfuturo.netteve 13 mil seguidores no twitter, 7 mil no facebook e 100 mil visitas no YouTube. Jornais estrangeiros e espanhóis, fizeram eco de uma “entrevista coletiva do Futuro” que anuncia o triunfo eleitoral de seu programa: democracia e ponto.
Sinal de que já não se pode ignorar o que surge a partir do 15-M. Porque esse partido emerge do caldo de cultura do movimento, mesmo que não possa, de modo algum, assimilar-se ao mesmo. Porque não existe “o movimento” com estrutura organizativa nem representantes, mas pessoas em movimento que compartilham de uma denúncia básica às formas de representação política que desarmam as pessoas ante os efeitos de uma crise que não causaram, mas que sofrem a cada dia. O 15-M é uma prática coletiva e individual mutante e diversificada, que vive na rede e nas ruas, e cujos componentes tomam iniciativas de todo tipo, desde a defesa contra o escândalo das hipotecas até a proposta de uma lei eleitoral que democratize a política.