terça-feira, 22 de maio de 2012

NÃO SE VENDE UMA CIDADE


por  Palowa Mendes
Um dos grandes dilemas da sociedade do XXI é ocupação urbana, na maioria delas desordenada. Capitais de todo o mundo debruçam-se em busca de soluções que permitam redesenhar as cidades de forma sustentável, harmônica e que considerem o bem estar do cidadão. Encontrar alternativas que promovam o desenvolvimento econômico suas estruturas como: mobilidade eficiente, logística de escoamento de rede produtiva, fontes de energias limpas, gestão eficiente dos resíduos sólidos, saneamento, acesso moradia, educação, saúde e cultura e que garanta a manutenção de espaços públicos coletivos e a preservação do ecossistema local é pauta mundial. As soluções, que são desafiadoras, passam pelo envolvimento de todos os setores da sociedade civil e pelo compromisso do poder público em cumprir seu papel fundamental que é de norteador dessas buscas e garantidor do patrimônio público que é de todos. E esse é o motivo que causou completo estranhamento da população de nossa cidade quando o poder público municipal começa a se desfazer de seu patrimônio, a título de angariar fundos para seus cofres. O que se pode dizer sobre isso, a partir de que momento o patrimônio público se transforma em moeda para o imediatismo do capital? Até que ponto um cidadão, que está prefeito, pode se desfazer do patrimônio que é de todos, deixando para as gerações futuras de nossa cidade o problema da falta de espaços públicos? Até que ponto um administrador pode lançar mão do patrimônio que é do povo sem consultá-lo?

Não se mata a voz, nem o seu movimento!*


por Laila Vieira de Oliveira, sexta, 18 de Maio de 2012 às 18:24 ·
                 Todas as vezes, nesses cinco anos, que eu desço do carro de som, no fim do carnaval manifestação do 18 de maio em BH, lembro do primeiro dia em que subi(eu disse à Mirian Abou-yd: eu posso dar um troço lá em cima em qualquer momento, começar a chorar e descer! Ela: “tudo bem!”), creio que comecei em 2009, antes eu estava junto com todos embaixo e nos primeiros anos eu não queria mesmo estar em cima, mesmo sabendo que o que se vê de lá, não se vê lá embaixo, mas é embaixo que a luta acontece! É embaixo que a cidade fica colorida! Depois fui dando corda a possibilidade de ser uma voz, uma das que compõem aquele dia, mas muitas são as vozes que fazem essa coisa acontecer!
            Quem nunca acompanhou a construção(construção coletiva de verdade) de uma das manifestações mais organizadas da cidade de Belo Horizonte não pode compreender quando a gente fala dessas vozes! E é nisso que esse movimento, no qual milito não organicamente, tem apostado nos últimos anos, de cara na rua.
            É preciso entender que o dia 18 de maio não é o único dia da luta antimanicomial, que o dia 18 de maio é o dia de a gente dizer, colocar a voz na rua, todas elas, as que nós todos escutamos, as que os loucos escutam todos os dias, inclusive na hora da manifestação! Assim se poderia compreender a complexidade dessa construção e entender que uma luta se faz dia a dia, compreendendo as dificuldades, acessando as dúvidas, criticando-se e avaliando-se.